sábado, 20 de dezembro de 2008

Tchau, McFish!




Foi muito bom te conhecer.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Perfeição é coisa de boneca de porcelana.

Por Vinícius Noronha.

Sou preguiçoso, desatento, bagunceiro, chato, me perco em estacionamentos, jogo bola que nem um velho de 88 anos, tenho 3 obturações, sou infantil, imaturo, desengonçado, hipocondríaco, sempre sonolento, não como na mesa, sou bicho do mato, odeio telefones, amo filmes esquisitos, me visto como quem se joga no armário e seja o que Deus quiser, adepto da solidão e das guloseimas sem hora, viciado em “internerd”, ronco, em termos culinários não sei nem esquentar água direito, quando desmotivado minha atitude se equivale a de uma bauxita, muitas vezes sem iniciativa por... ahn... timidez, tenho o gosto musical de alguém 30 anos mais velho, meus amigos reclamam que eu sumo toda hora, minha mãe reclama que eu não arrumo o quarto, minha irmã reclama que eu não dou atenção quando ela liga, e minha experiência e conhecimentos no campo dos relacionamentos amorosos são quase tão evoluídos quanto os de um bebê de 7 meses, sou manipulador, já ralei o carro tantas vezes que minha mãe tá com vergonha de ir numa revendedora ver quanto ele vale (isso mesmo, o carro não é meu), reclamo de ter que lavar 1 mísero copo, sempre largo os charges na caixa de bombons, não sei xavecar, largo um restinho de coca-cola sem gás na garrafa e acabo jogando fora, penso demais pra fazer as coisas, penso de menos pra não fazer as coisas, como pizza na mão, só corto as unhas quando já estão semelhantes às do Zé do Caixão, alimento amores platônicos desde que me entendo por gente, sou muito descuidado com minhas coisas, repito a mesma calça jeans por 3 dias seguidos, quebrar controles remotos é quase uma religião pra mim, faço barulho de madrugada, tenho olhar de psicopata, em alguns momentos careço de humildade e em outros careço de mais confiança no meu taco, pego coisas emprestadas e esqueço de devolver, empresto coisas e esqueço de pedir de volta, não tenho paciência pra fazer social, raramente termino projetos, vivo gripado, tenho tendências à calvície, choro em filmes mamão-com-açúcar, quando quero consigo ser muito desagradável, tenho problemas crônicos para dormir, preciso ter certeza que meus sentimentos são correspondidos senão minha insegurança prevalece e fico sem ação, meu condicionamento físico permite que eu corra no máximo 30 metros sem ficar ofegante, sou baixo, tenho pança de chopp, ninguém entende minhas convicções políticas esquizofrênicas (nem os “ah, o sistema é ótimo” e muito menos os “ah, é tudo culpa do capitalismo”), não sei assobiar, nem andar de patins, nem surfar, nem dançar, minha risada é escandalosa, falo gírias estranhas, faço sarcasmo em cima de coisas sérias, não sou independente e nem tenho previsão de quando serei, tenho hérnia de disco, meu pé é muito grande, minha orelha é muito pequena, sou xereta, bicão, folgado, meu fígado é igual a pele de calcanhar, abro geladeiras sem pedir licença, não faço cerimônia pra me servir quando almoço na casa dos outros, não atualizo blogs direito, trapaceio no truco, e sou tão desgraçado que ainda vou deixar algumas coisas de fora da lista de propósito.

Mas se alguém aí ainda quiser me conhecer melhor, eu passo a lista das virtudes.

sábado, 6 de dezembro de 2008

monólogos subaquáticos nº 1

Por Felipe Grilo.



Fiz como um presente ao McFish, que anda meio amuadinho. Daí me peguei imaginando um motivo. Clique para ampliar.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Estátuas.

Por Vinícius Noronha.



Inundo os meus dias
Com o descuido das promessas
Ás vezes prefiro me refugiar
Tento em vão pregar peças
Armo minhas ciladas
Inúteis emboscadas
Com as mãos despreparadas
E o tempo: máquina quebrada

Decoro o meu silêncio
Planejo o meu nascimento
Convoco novas pessoas
Com o grito que não ecoa
Passo a tarde no esquecimento
Na fúria do meu lamento
Beijo o ar, toco o nada
Brinco com a paz envenenada

De repente novos enfeites
Estátuas perfeitas, diversas
De vários tamanhos e razões
Surgem por todos os lados

Coloco-as no melhor canto
À minha vista a todo momento
E me encanta que elas agem
Fazem coisas que já fizeram
Quando não eram apenas pedra
Quando eram ações e companhia
E se diziam eternas
Pro pior medo da minha vida

Sorriem com velhos dentes
Dizem frases estacionadas
Nas férias do meu consciente
Na incerteza de uma piada

E sem aviso minhas estátuas
Se quebram, esfarelam
Nas esperanças mais árduas
Da minha lembrança mais bela
E tudo que me resta
É a construção da minha seta
E a defesa da escuridão:
Estátuas se formam na solidão