Por Sergio Faria.
Uma coisa que eu não curto muito é ficar preso as convenções. Sou complicado nesse sentido e ainda bem que não trabalho marcando cartão. Só que as vezes acontecem coisas que você não tem como fugir. Como ontem que eu estava numa escola onde leciono, organizando com a secretária os horários dos meus alunos e ao perceber que houve alteração nos horários de alguns, a coordenadora da escola que estava por ali nos interrompeu e pediu pra que eu mantivesse os horários deles pois se as mudanças ocorressem, a escola não estaria passando uma seriedade no trabalho. Sistemática, não? No ato discordei da sua opinião, argumentei que cada caso era um caso e expliquei que as alterações só aconteciam por uma questão de praticidade, sem comprometer a programação e nem atrapalhar a vida do aluno. Assim: se sou avisado com antecedência que um aluno faltará num determinado horário abrindo assim uma janela entre as outras aulas, o que eu faço com esse intervalo? a) aproveito pra folhear a revista Caras que fica na recepção pra ver as fotos da casa da Angélica e ler a matéria sobre o porque da Gisele Bundchen não querer casar. b) vou conversar um pouco com aquela recepcionista gostosa e depois de gravar bem, corro pro banheiro e descasco uma em sua homenagem. c) antecipo as aulas dos alunos que viriam depois e com isso saio mais cedo pra ficar com as minhas filhas. Ora bolas! Se o espaço está disponível e o aluno está ocioso, porque não negociar e trocar o horário naquela semana? Não estamos no Japão. Lá o índice de suicídios entre adolescentes é o maior do mundo! Porque será? Nossa cultura é outra onda. Vivemos num lugar onde a vida das pessoas é uma loucura, com muitos compromissos, dificuldades de locomoção e o diabo a quatro. Não dá pra ser tão “caxias” assim o tempo todo. E o curioso é que essa mesma coordenadora, que fala em seriedade, não toma conhecimento nem dos seus professores. Só agora, depois de seis meses, ela foi descobrir que ali havia outro professor de cordas e que este era o Daniel, meu irmão! É mole? E lá tem também aquela professora de canto que num ensaio com a gente foi cantar uma música do Queen no tom de Ab lendo a partitura (e a letra!), e só depois de algumas execuçóes percebeu que estava no tom de F!! Porra! Ou é ou não é! Alguém querer se passar por fodão não é o pior. O pior é não estar com essa bola toda e querer "cagar uma goma". Me poupe.
PS - frase-título de autoria de Oscar Wilde.
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