Por Adriana Hernandes.
Olhava para o espelho, mas não gostava do que via. Decidiu que deveria mudar.
Começou pelo vestuário: Enrolou um cachecol, trocou a blusa, escolheu a saia e calçou os sapatos.
Não surtiu efeito.
Tentou o cabelo: Prende daqui, solta dali. Liso ou cachos? Curto ou um aplique? Preto, castanho claro, ruivo, acaju, azul!
O mesmo (não) resultado.
Reforço na maquiagem, então: Lápis, blush, alongar os cílios. Batom rosa ou um brilho labial?
Continuava tudo igual.
Só podia ser o corpo... Partiu pra academia: Musculação pra tonificar, Yoga pra alongar. Dieta da sopa, dieta da lua, dieta de Marte, dieta do inferno.
Saldo zero.
E se trocasse a iluminação? Poderia ser uma solução: Luz de velas, holofote ou lâmpada comum?
Curioso... Sentia-se melhor sem clarão nenhum.
Mesmo depois de tantos ajustes e consertos ainda lhe restava a estranha e confusa sensação de que, realmente, nada havia mudado.
Quem sabe um dia ela perceba que simples mutações não bastam para camuflar imperfeições que nem o próprio reflexo é capaz de mostrar.
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