domingo, 3 de agosto de 2008

Não me chama que eu não vou.

De Daniel Ramos.

Para as pessoas do meu convívio, não é segredo que determinadas atividades eu não realizo nem sob tortura da inquisição. Mas como recentemente aderi a esse blog, pretendo deixar bem claro para os futuros leitores que nem adianta gastar saliva ao tentar me convencer a praticar determinadas atividades, e que vocês podem perceber pelos meus argumentos abaixo que eu tenho lá minha razão.

Programa 1:
Festa junina de escola infantil

A não ser que eu esteja flertando com alguma professorinha da instituição, não tem coisa que eu ache mais insuportável do que festinha em pré-escola. Sim, eu amo criança, mas não quando as submetem ao ridículo de dançar naquelas fantasias, com aquelas coreografias... E o pior: pra alguns sempre acaba sobrando dançar com a menina mais feia da sala (ou, em alguns casos, como eu, que na primeira série tive que dançar com um MENINO, por pura falta de quorum pra participar da quadrilha... Dá pra ver por que realmente não curto esse troço!!). Aquelas coreografias que a maioria delas não decora, a professora se estressa, o pai geralmente filma pra mostrar em futuras reuniões de família ou pro namorado e todo mundo acaba aplaudindo mais por educação do que por outra coisa. Sempre tem a tradicional rifa, com prêmios exorbitantes como um ralador de queijo, um jogo de canecas de plástico que ninguém nunca vai usar de tão horrível, aquelas bolas de plástico que furam no primeiro chute ou na primeira unha do dedão fora do lugar... Enfim, por essas e outras razões, se tiver uma festinha dessas “NÃO ME CHAMA QUE EU NÃO VOU!!!”

Programa 2:
Academia

Gente, por favor, eu não conquistei esse meu físico de campeão universitário de truco à toa. Foram anos de muito vídeo-game, Mcdonalds e cerveja, geralmente todos juntos, então por aí da pra ver a margem de estrago feita. Eu costumo dizer que eu e academia somos como vampiro e igreja, sendo que eu posso me denominar o Conde Drácula do sedentarismo. Nas poucas vezes em que freqüentei esse antro do culto a imagem, o máximo que consegui foi uma lordose que ainda dói quando chove. Suplemento alimentar pra mim é água benta, bicicleta ergométrica é como se fosse uma dúzia de camponeses furiosos me perseguindo com tochas e o logo da Nike como se fosso uma grande cruz de caravaca. Portanto, já deixei bem claro, que academia “NÃO ME CHAMA QUE EU NÃO VOU!!!”

Programa 3:
Balada

Bom, essa já é clássica e quem me conhece sabe o quanto eu odeio esse antro, a qual comumente costumo chamar de “fogueira de vaidades”. Não se preocupem, não vou ficar aqui enumerando as mil e duas razões pelas quais eu realmente não suporto balada, só posso dizer que me sinto um peixe fora d’água, mas acho que até ele sofre menos, por que não tem que agüentar aquele cheiro de Gudang Garam de canela, que adolescente acha que é maconha e nem tem que esperar na fila do banheiro enquanto algum idiota vomita o “esquenta” que ele fez na casa de um amigo (sim eu já fui um desses idiotas). Tampouco fica duas horas e meia na fila pra pagar a maldita consumação, enquanto o segurança passa na sua frente o vagabundo que pagou o camarote e encheu aquilo de prostitutas. Então, pense bem antes de me convidar para uma dessas, por que geralmente a resposta é “NÃO ME CHAMA QUE EU NÃO VOU!!”.

Programa 4:
Missa em igreja católica

Calma gente, calma, eu sei que falar isso num país de maioria católica é pedir pra ser esquartejado moral e fisicamente, mas vamos falar sério por um minuto: você que se diz católico, o faz pelos preceitos da religião ou por puro comodismo de escolher outro culto e ser taxado de herege? Por que cá pra nós não tem coisa mais chata que missa em igreja católica: é a mesma coisa a setecentos anos e ninguém faz nada pra mudar. Tá, de vez em quando aparece um Marcelo Rossi da vida, mas ele mesmo não é bem aceito pela parcela mais conservadora da igreja. E aquele “senta e levanta” que eu nunca consigo entender: o padre fala, todo mundo responde, todo mundo levanta, se ajoelha, senta... Porra, aquilo é mais coreografado que show do Asa de Águia! E sem contar aquela hóstia, que por não ter feito primeira comunhão nunca me deixaram comer, e vocês sabem que tudo que é proibido aguça ainda mais a curiosidade... Se você soubesse a “tara” que eu tenho de comer um punhado daquilo coberto de ketchup e tomando coca-cola... Aiaiaiai. Bom, mas tirando isso, agora vocês já sabem que em se tratando de missa “NÃO ME CHAMA QUE EU NÃO VOU!”

5 comentários:

Adriana disse...

Hahahahaha! Adorei!!
É o que eu sempre falo: Festa junina, seja em escola ou onde for, só vale pela barraquinha da paçoca.

E até hoje eu morro de vontade de experimentar uma hóstia. Quando era pequena, vivia pedindo pra minha avó guardar uma pra mim. :(

Cri disse...

"se você soubesse a “tara” que eu tenho de comer um punhado daquilo coberto de ketchup e tomando coca-cola..."

hahaha que medo que eu sempre tive de confessar isso. aquele vinhozinho, então hummm...

Daniel Ramos disse...

hauhauahau...eu ainda hei de achar algum site na internet apenas com receitas de hóstias,srrs
valeus pelos comentários meninas

Grilo disse...

Cara, eu pensei que isso era só comigo, mas vejo que não.
Eu sempre levo um livro bem longo pras festinhas de aniversário dos meus primos e me tranco no quarto do anfitrião. Balada, balada mesmo, só se for sem música alta porque eu me ajeito e durmo. Não vejo graça em ficar "malhando", até porque minha coluna é um "S" e não entro em igrejas desde que fui meio maltrapilho pra escolinha sabatina e me ralharam (como se Jesus fosse fashion).

Vini Noronha disse...

Tenho trauma de festas juninas, mas não me peçam pra contar porquê... (se minha irmã estiver num dia espírito de porco, ela conta)