Por Daniel Ramos.
Todos nós sabemos, digníssimos leitores e leitoras, que o ser humano é falho, cheio de fraquezas e traços de caráter que muitas vezes são moldados já na nossa tenra infância. Pois bem, hoje esse proficiente blogueiro vos brindará com os maiores traumas que tenho no meu nível consciente de psiquê. E por que não dividí-los com meus queridos leitores? Vamos a eles:
- Por que eu não danço?
Essa é fácil de responder. Primeiro lugar, apesar da tez ligeiramente morena, e da minha afro-descendência, eu infelizmente nasci agraciado com a cintura e a ginga de um legítimo habitante da península escandinava, e posso jurar que quem já me viu dançando com certeza deve ter dito “Aposto que ele aprendeu esses passos em Oslo!”.
Mas como cabe ao ser humano não se ater às suas limitações, quando tinha meus 12 anos de idade resolvi embarcar numa aventura: Tomar aulas de dança de salão. Sim, isso tem documentado e a fita está em minha posse. Não precisa nem dizer que ao longo do curso acabei ficando na turma dos menos capacitados, aquela que fica no fundo da sala de aula, longe dos olhares de reprovação do mestre. Ah, o professor era um show à parte. Másculo como uma borboleta, ele vira e mexe soltava gritos histéricos, que poderiam rachar um vidro de cristal. Mas apesar de crítico, sempre soube escapar de seu olhar impiedoso. Mas infelizmente a doninha nunca foge do caçador (nesse caso um caçador de echarpe de seda branca, bermuda florida e um mosquete de esgrimista). Chegou o dia da formatura, e todos tinham que dançar um pouco para o “mestre” avaliar. Depois da apresentação da turma da frente, eu fui logo o primeiro dos fracassados a tentar. Dancei ao som de “Paparico” do Molejo ( parem de rir!!!), porém a batida do pagode não me empolgou e eu dancei meu clássico “dedinhos pra cima e pernas semi-paralíticas”. Quando terminei a valsa da morte, o professor se levanta, vermelho como um camarão, passa a mão na testa e grita :”Criatura!!!!!!!!!!! O que é isso que você acabou de dançar? Sai, sai da minha aula meninoooooooooo!!”. Claro que dei boas gargalhadas com aquilo, pois provei pra mim mesmo que meu lugar não era ali.
- Por que tenho medo de nossa senhora de Fátima?
Era uma noite de domingo, e eu queimava em febre na cama de casa, com dificuldades em respirar, e assistindo “Fantástico” na TV. Eis que começa a passar uma reportagem falando das aparições de Fátima, a fim de revelar seus três segredos às crianças. Relataram como seria a possível aparição, consistindo numa fumaça espessa, e cheiro de rosas. Tudo bem, tudo lindo, mas eis que olho pro lado da minha cama e vejo uma fumaça pairando por ali, parecida com a descrita na reportagem. Minha reação foi ficar paralisado de medo, sentindo a vista ficar turva e prestes a desmaiar, quando em minha última fagulha de sanidade me lembrei: DO BENDITO APARELHO DE INALAÇÃO!!!!!!
Sim, confundi a piedosa santa portuguesa com um aparelho de inalação velho e barulhento. Blasfêmias à parte, ficou claro que se a santa aparece para mim com o intuito de me revelar seus três segredos, eu provavelmente me borraria todo e em minha cabeça só ouviria” por favor não me leva, por favor não me leva”!
- Por que não como sagu?
Essa é fantástica. Estava reunido com uns amigos paulistanos, na gloriosa capital, pois tínhamos marcado de ir a um show de graça, se não me engano na Avenida Paulista. Chegamos por volta das oito e meia, e o show ainda não havia começado, quando um dos meus colegas de ocasião solta: “gente estou com fome, vou ali comer um pastel!” e sumiu. O show tem início com Asa de Águia (calma, não é esse o motivo de não comer sagu, se bem que poderia!!!) e a noite segue, até que o companheiro do pastel volta, com uma garrafa de São Tomé nas mãos faltando apenas um dedo para acabar, completamente embriagado e já trocando as devidas letras do alfabeto por dialetos indecifráveis. A medida que o show transcorria, notei que o amigo ia ficando cada vez menos animado, e sua mão começa a roçar na barriga, como se algo ali dentro quisesse sair. E não deu cinco minutos, a contenda aconteceu. Ele começou a contorcer o rosto e boca, quando dela saiu um líquido roxo, meio grosso, que até então não me vinha nada na cabeça ( apenas o porque eu não parei de olhar para aquela cena), até que um engraçadinho do meu lado lança: “nossa..que nojo, parece SAGU!!!”
Pronto, foi o suficiente pra eu marcar aquela cena e nunca mais ter chegado perto de um prato contendo a sobremesa (agora acho que vocês também não!!).
3 comentários:
muito interessante... e quem disse que os principios da psicanalise são inuteis... hum? muito bom!
Eu choro de rir com os posts do Daniel, sério, hahaha.
Um rodo tem mais gingado e malemolência do que eu. Costumo dançar igual o Mr. Bean, mas confesso que gosto :)
E sagu sempre será coisa do Capeta, sempre.
Adriana você é a segunda pessoa que concorda comigo em relação a descendênia demoniaca da sobremesa de nome sagu,hehhe. É isso aí Nélio, tem coisas que ficam tão enraízadas que nem o melhor dos psicanalistas conseguira dar jeito,hhehe.
Postar um comentário