domingo, 31 de agosto de 2008

Histórias que nossas babás não contavam.

Por Daniel Ramos.

Depois de mais de meio século, algumas histórias parecem que nunca saem do nosso imaginário. Estão sempre ali enchendo nossos pensamentos com imagens ora surreais, ora verdadeiras e tangíveis, salpicando de sonhos todos aqueles que já mergulharam nesse tão rico universo ficcional: os contos de fada.
Porém se pararmos para analisá-las com olhos de adulto, teremos uma grata surpresa, pois muitas dessas histórias são tão ou mais bizarras do que muitas que conhecemos depois de passada nossa infância. E é com imenso orgulho que trago para vocês uma fria análise sobre alguns dos maiores clássicos da literatura infantil, e longe de mim desmistificar esses ícones, apenas desmembrar algumas pontas soltas que nunca nos souberam explicar.


Branca de neve e os sete anões

Com certeza duas em cada três pessoas conhece essa tão aclamada história, que foi imortalizada alguns anos depois de sua publicação por Walt Disney e deu início a era dos longas de animação no cinema. Não vou ficar aqui perdendo tempo reescrevendo uma sinopse de algo que estamos carecas de saber, pois a história é mais do que manjada. Porém seus personagens podem render boas sessões de psicanálise, a começar pela protagonista. Nossa querida Branca foge para a floresta, a fim de fugir dos maus tratos da madrasta, pois não agüentava mais trabalhar como escrava no castelo, e acaba por se alojar na casa de sete anões mineiradores. Bom, ela pode ter se livrado da madrasta, mas da labuta não escapou ilesa, pois agora além de ter que limpar uma casa que fica no meio da floresta, sujeita a dejetos de animais de toda espécie, agora tem que lavar cuecas freadas de sete machos que trabalham o dia todo na mina e tem os modos tão refinados quantos a quarta-zaga do time do Atlético Mineiro. O príncipe é um verdadeiro inútil, aparece em momentos esporádicos e só pratica alguma ação realmente no final, quando desperta a boneca encachaçada com um beijo (podia rolar um trident no meio pelo menos). Os anões já são auto-explicativos, e o autor foi tão preguiçoso quanto inteligente, pois é muito mais fácil lembrar deles pela personalidade, do que se tivessem nomes próprios (Carlão, Oswaldo, Clóvis... ficaria menos pessoal concordo).
Já a madrasta é um show a parte, provavelmente fazendo uso de todos os barbitúricos e drogas encontrados na floresta, pois só assim se explica como a débil mental se aconselha com o próprio espelho sem nem se dar conta de que a imagem que aparece no espelho é a dela própria, mas como estava chapada, achava que o espelho era mágico e que a branca de neve era a mais gata da floresta (também concorrendo apenas com pássaros e esquilos, os únicos habitantes mostrados na história, não é lá grande glória ser a mais bela). E a doida ainda foi na contra-mão da moda, pois enquanto a mulherada gasta os tubos em silicone e botox, a vadia toma uma poção para ficar com a cara Glória Menezes com mais 150 anos de idade.


Rapunzel

Um caso clássico de desleixo, pois se o cabelo da cabeça desenrolava numa torre de 8 metros de altura, comentar o resto é entrar em terreno perigoso. Mas como o príncipe era assumidamente um barangueiro desesperado (pra subir numa torre pelo cabelo da donzela... por aí você já vê que os bailes da corte deviam ser povoados mais de dragões do que de princesas) encarou o compromisso de subir pelas suas madeixas, para poderem viver seu mais puro amor. Agora imaginem a dor de cabeça da desgraçada depois de um ano de namoro e o pior, vendo que o interesse do pretendente diminui a cada trepada(nos cabelos que fique claro... o que eles fazem entre quatro paredes já é assunto para outro post) e que o peso do próprio aumenta cada vez mais. Enfim, de todas acho que esta é a que menos está fadada ao final feliz.


Chapéuzinho vermelho

Essa então nem se fala. Um garota que pega uma cestinha ao invés de livros, e vai pro mato ao invés de ir pra escola, já da pra ver que não se trata de algo muito são. E o pior, pra visitar a avó que mora numa floresta...Poxa, que espécie de filhos deixam a mãe morar numa floresta escura e perigosa? Ela pode ser uma chata, mas MÃE é MÃE!!!!!!!!!!!!!
E o nome da chapeuzinho? Alguém sabe? O pai provavelmente não quis registrar, pois já imaginava que a menina seria idiota ou no mínimo cega, pra confundir a avó com o lobo!!!
E o diálogo? “que olhos grandes você tem vovó!”
“Que nariz grande você tem vovó!”
“Que boca grande você tem vovó!”
E paremos por ai, porque do pescoço pra baixo a diferença entre uma avó e um lobo é algo descomunal.
E o lobo?Porque tem que ser mal? Ele tem apenas propósitos alimentares na história!
Por favor, se alguém por ai vir um lobo bom, tire a foto que eu publico aqui no blog.


A bela adormecida

Acho que as princesas dos contos de fadas tem um certo déficit de massa cinzenta. Sim, porquê só isso explica o fato dela entrar num quarto escuro, com uma roda de fiar suspeita e enfiar a “mãozona” nela sem nem pensar quem a tinha posto ali. Se fosse um revólver calibre 38, com um bilhete dizendo “puxe o gatilho”, ela não seria a bela adormecida, e sim a bela com uma azeitona de chumbo nos córneos. E o príncipe... caramba... esse é fera, desperta a coitada com apenas um beijo!!! Sem dúvida usava um protetor labial com sabor de red bull. E ainda bem que foi na boca, pois se ele a beijasse mais ao sul a criatura virava um foguete humano.

4 comentários:

Adriana disse...

Hahaha, demais!!
Eu voto para que o Daniel reescreva todas as fábulas existentes. Só estou com medo do futuro de João e Maria. :O

Daniel Ramos disse...

Já estou trabalhando nisso,hehee

Columbina disse...

Vou te contar viu, as vezes eu gostaria de nao saber de certas visoes, nunca mais vejo filmes infantis da mesma maneira. Poderia fazer com os novos futuros classicos neh... espero para descriçao de NEMO !

Anônimo disse...

Depois, quando essas crianças crescem com sérios problemas psicológicos, os pais dizem que não sabem o que aconteceu! =)